Trovejou! Escureceu!
O velho onça! Senhor da criação
É homem fera! É brilho celeste
Devora e se veste de constelação
Tudo acaba em fogaréu e depois transborda em mar
A terceira humanidade, Cuaraci vem clarear
Ê Sumé nas garras da sua ira
Enfrentou Maíra, tanto perseguiu
Seus herdeiros vivem essa guerra
Povoando a Terra
A voz Tupinambá rugiu
É preta, parda é pintada feita a mão
Sussuarana no sertão que vem e vai
Maracajá, jaguatirica ou jaguar
É jaguarana, onça grande mãe e pai
(Onça grande mãe e pai)
Yawalapiti, Pankararu, Apinajé
O ritual Araweté, a flecha de Kamaiurá
No tempo que pinta a pedra, pajelança encantada
Onça-loba coroada na memória popular
Kiô! Kiô, kiô, kiô Kiera
É cabocla, é mão-torta
Pé-de-boi que o chão recorta, travestida de pantera
Kiô! Kiô, kiô, kiô Kiera
A folia em reverência
Onde a arte é resistência
Sou Caxias, bicho fera!!
Werá, werá auê, naurú werá, auê
A Aldeia Grande Rio ganha a rua
No meu destino a eternidade
Traz no manto a liberdade
Enquanto a onça não comer a Lua!